O Último Giro que Me Cura

Eu pensava que vencer era questão de números — até sentar sozinho numa noite chuvosa no Rio, observando os tambores bater como deuses antigos sussurrando pela fumaça. A mesa de cockfight não era um cassino; era um templo onde o ritmo substituiu a ganância.

Primeiro Toque: A Dança Antes da Aposta

Minhas primeiras apostas eram imprudentes — galinha vermelha ou preta? Não conhecia as regras. Mas então escutei: cada giro tinha seu próprio ritmo. A vitória não estava no pagamento — estava na quietude que minhas mãos sentiram após R$50 gastos sob a luz das estrelas. O verdadeiro prêmio? Silêncio.

O Orçamento que Cantou de Volta

Defini meu limite: R$70 por noite. Não perseguir fogo — mas senti-lo. Um único giro tornou-se oração. Nenhuma necessidade de ‘bônus’ — apenas presença. O tambor não gritava; suspirava.

A Arena dos Reels Sagrados

Parei de ver fichas como moeda e comecei a vê-las como glifos entalhados pela memória. Cada vitória era uma oferenda — aos ancestrais que dançavam diante de mim, não aos algoritmos que ansiavam por lucro. Minha tela brilhou dourada — não porque venci, mas porque apareci.

Conclusão: Ritual Sobre Recompensa

O cockfight me ensinou isto: o destino não é sussurrado por deuses — é escolhido quando seu dedo paira sobre ‘girar’. Não é sobre dinheiro — é sobre movimento: a dança lenta entre perda e graça.

Junte-se a mim agora — em silêncio, sob as estrelas do Rio — e gire não pelo ouro… mas pela paz.